Os cipriotas estão em choque com a anunciada medida de taxar os depósitos bancários. E não será para menos.
Há meses que decorriam negociações para um resgate do Chipre e essas negociações culminaram com as decisões agora anunciadas. A ideia é salvar o sector bancário e a economia do país e evitar uma saída do Euro, conseguindo «financiamento» a partir dos depósitos dos cipriotas e dos inúmeros estrangeiros (especialmente russos) que tiravam partido das condições ficais do Chipre para lá manter o seu dinheiro.
O governo cipriota tenta ainda assim manter o país atractivo ao investimento estrangeiro. Mas a verdade é que, com uma decisão destas, dificilmente o conseguirá, e os sinais dessa dificuldade já se fazem notar. Em resultado disso, dificilmente este plano não terá consequências graves para o país e para a sua economia.
Esperemos para ver o que acontecerá na próxima semana e se os cipriotas não continuarão a corrida aos bancos para resgatar as suas poupanças, causando o eventual colapso do sistema financeiro do país.
E se o sistema financeiro cipriota colapsar, que consequências existirão para o sistema financeiro europeu?
E depois de ouvir o actual presidente do Eurogrupo – o holandês Jeroen Dijsselbloem – dizer que não se pode excluir a hipótese de se vir a taxar os depósitos desta forma noutros países, que confiança é que os europeus podem ter num simples depósito bancário?