É Alexandre Soares dos Santos, o presidente de um dos vários grupos económicos que não querem dar nada ao Estado, quem o diz.
E eu concordo. E já o disse aqui e aqui.
Há algumas décadas que temos um sector empresarial (refiro-me aos grandes grupos económicos e não às pequenas e médias empresas que lutam dia após dia pela sobrevivência e pela possibilidade de alimentar as famílias dos seus colaboradores) que vive «a mamar na teta do Estado». Quem são os grandes empresas portuguesas? Salvo honrosas, mas raras excepções, ou operam em sectores protegidos como prestação de serviços de utilities (electricidade, telecomunicações, combustíveis, etc), ou vivem de parcerias público-privadas (havendo mesmo algumas que nasceram precisamente para esse fim), ou pertencem a grupos financeiros (ultimamente, os que mais têm mamado da teta do Estado), ou são grandes retalhistas como o grupo a que o senhor Alexandre Soares dos Santos preside (que, embora não vivam propriamente encostados ao Estado, também não fazem muito mais do que distribuir riqueza, não a produzindo realmente).
Desta vez sou obrigado a concordar com Soares dos Santos. Tem de se deixar a mama do Estado.
Pobres é daqueles que continuam sempre a ser catalogados como subsídio-dependentes inveterados, muitas vezes sem razão para tal epíteto, muito menos quando comparados com os verdadeiros mamões.