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Nota

Estamos no bom caminho…

Diz a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) que «[e]xcluindo o efeito de medidas da natureza temporária, a projecção actual aponta para um défice idêntico ao verificado no ano anterior».

Então os sacrifícios de todos os portugueses ao longo de um ano servem para quê?

Simples. Aquilo pelo que o nosso país está a passar não é mais do que uma embirração ideológica mascarada de consolidação orçamental, testada cá para exportar para outras latitudes. Digam o que disserem.

(da embirração travestida)

 
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Publicado por em 23 de Outubro de 2013 em economia, governação, política

 

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Banda sonora para uma revolução

Há um lado bom em acordar com notícias destas: desemprego em Portugal sobe até aos 17,6%. Lembra-nos do que vivemos e do que devemos fazer.

O desemprego continua o seu aumento galopante, a dívida pública continua a crescer, o PIB diminui de forma nunca antes vista em Portugalas receitas do Estado – apesar de mais e mais impostos – descem.

Eurostat_Graph_teilm020

Eurostat_Graph_tec00115

dívida directa Estado receitas Estado

A solução é mais austeridade? A solução para quê, afinal?

E esperam que as pessoas – as pessoas nas filas da Segurança Social ou das Misericórdias, ou as pessoas que perdem as suas casas -,  aceitem esta «solução», sem ver quaisquer resultados e sem a compreender?

Os portugueses estão dispostos a fazer sacrifícios – sempre estiveram -, mas esperam resultados. E não é da continuidade da austeridade que os portugueses falam. Notícias como esta contribuem para a criação de um espírito de indignação sem memória no nosso país.

E amanhã há manifestação (que se espera pacífica mas proveitosa).

Don’t you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Don’t you know
They’re talkin’ about a revolution
It sounds like a whisper

While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion

Don’t you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Poor people gonna rise up
And get their share
Poor people gonna rise up
And take what’s theirs

Don’t you know
You better run, run, run, run, run,
run, run, run, run, run, run, run
Oh I said you better
Run, run, run, run, run, run, run,
run, run, run, run, run

Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Talkin’ bout a revolution

While they`re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion

Don’t you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper

Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Talkin’ bout a revolution
Talkin’ bout a revolution

 
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Publicado por em 1 de Março de 2013 em economia, política

 

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Vira o disco e toca o mesmo

Em Janeiro deste ano, escrevi que, depois da diminuição da protecção social e a flexibilização liberalização do mercado de trabalho, já se tinham acabado as tradicionais desculpas neoliberais para a falta de competitividade do país.

Diz hoje o nosso Ministro das Finanças:

“Se adiarmos o ajustamento, e continuarmos a viver no curto e médio prazo por um período muito longo de tempo, teremos uma grande acumulação de dívida pública, e a dívida pública pesa no crescimento económico. As forças que estão a arrastar a Europa para a acumulação de dívidas têm a ver com a forma como os Estados realizam essas funções e as financiam, e mais recentemente também os impactos orçamentais da crise global”.

Acabam umas desculpas. Eles inventam outras.

O que interessa é continuar com sua a agenda ideológica.

 
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Publicado por em 21 de Novembro de 2012 em economia, indefinida, política

 

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Congresso Democrático das Alternativas – o dia seguinte

Foi na passada sexta-feira, 5 de Outubro, que teve lugar o aguardado Congresso Democrático das Alternativas, que visava congregar várias perspectivas políticas à esquerda.

Sem contar com as máquinas dos partidos – embora estivessem presentes militantes e simpatizantes de vários partidos -, foi possível juntar 1800 pessoas numa Aula Magna sobrelotada para discutir soluções para o país e alternativas ao caminho que nos tem sido apontado como o único possível. No final, tamanha e tão heterogénea massa humana aprovou, com grande unidade, uma declaração com medidas sobre diversas áreas, que constitui uma estratégia alternativa para o país.

Face a tudo isto, o congresso só pode ser considerado um sucesso. Faltará saber se o sucesso se esgota aqui – e será, portanto, um sucesso apenas parcial -, ou se o que de lá saiu terá algum efeito futuro. Se é verdade que os congressistas votaram contra uma proposta de alteração para que a declaração passasse a referir a criação de uma associação política (que pudesse, eventualmente, vir a dar lugar a um novo partido político) – o que, quanto a mim, seria prematuro e algo precipitado, para já – não é menos verdade que era geral a pretensão de que o que de lá saísse tivesse seguimento. As próximas semanas o dirão.

PS: Fiquei com uma desconfiança sobre se o congresso não terá tido como intenção secundária dar suporte ao lançamento de uma candidatura de Carvalho da Silva à Presidência da República, que reúna apoios de toda a esquerda. O papel activo que assumiu na realização do congresso e a sua intervenção final suscitam-me esta dúvida. Mas isto sou eu que também aprecio uma boa teoria conspirativa. 🙂

 
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Publicado por em 8 de Outubro de 2012 em governação, política, sociedade

 

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O estado da (des)União

Estiveram na ordem do dia os comentários de Martin Schultz sobre a visita de Passos Coelho a Angola, interpretados, em Portugal, como uma crítica ao nosso país.

Não quero, no entanto, centrar-me nem na validade e pertinência dos comentários, nem na legitimidade de quem os proferiu. Devo apenas referir, para que se torne bem perceptível o que direi de seguida, que não achei os comentários nem ofensivos nem desadequados, e que não os encaro como uma ingerência nos assuntos nacionais. Aliás, os comentários foram feitos dando Portugal como um exemplo para um problema Europeu.

Mas o que me parece, sinceramente, é que tudo isso é algo de somenos importância, quando olhado de um ponto de vista mais global, a nível de uma União Europeia.

O eco não demorou a fazer-se ouvir em Portugal, com vários políticos – de todos os quadrantes políticos – e comentadores a manifestarem-se, uns de forma mais violenta que outros, contra Schultz. Mesmo embora este alinhamento de várias sensibilidades políticas em torno da defesa de Portugal – que lhes parecia estar a ser ameaçado por um responsável europeu – até possa colher a simpatia e até comover o cidadão comum, para mim é sintoma de algo que me preocupa. Falo do ambiente de desunião que se vive actualmente na Europa e do ambiente crispado em que nós, europeus, vivemos.

Não é novidade que os países europeus se têm mostrado pouco solidários, pouco tolerantes, pouco unidos entre si. Mas o que me preocupa é o futuro. Alguém espera que a relação entre os países europeus volte a ser a mesma? Alguém espera que volte a existir (nalguns casos, será que alguma vez existiu?) um sentimento de fraternidade entre povos europeus? Alguém espera que um grego volte a olhar para um alemão como um irmão, depois de a Alemanha ameaçar e oprimir a Grécia da forma que tem feito? Alguém acredita que um inglês olhará do mesmo modo para a União Europeia, para a Alemanha ou para a França, depois de os chefes de Estado destes dois países terem dado a entender ao Primeiro-Ministro Britânico que a Europa não precisa do Reino Unido para nada?

Mesmo que o Euro sobreviva, mesmo que a União Europeia não perca membros, mesmo que a crise económica seja resolvida brevemente e se possa retomar o caminho do desenvolvimento económico e social, alguém acredita num futuro com uma Europa forte e coesa? Há feridas que estão a ser (re)abertas e que demorarão muito tempo a sarar.

 
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Publicado por em 10 de Fevereiro de 2012 em governação

 

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A aposta dos portugueses nos bens não transaccionáveis

Cavaco Silva, em entrevista ao jornal holandês “Financieele Dagblad”, afirma, entre outras coisas, que os portugueses cometeram um erro nos últimos anos, ao apostarem excessivamente em bens não transaccionáveis.

Tem toda a razão. Esta é uma das razões da crise portuguesa. Mas também não é novidade nenhuma. Várias são as vozes que já o afirmaram.

A questão que se coloca é se foram todos os portugueses que cometeram este erro. Ou foram apenas alguns? Ou foram uns mais que outros?

Lanço um desafio ao leitor: pensar na lista das maiores empresas portuguesas e identificar as que produzem bens transaccionáveis, as que produzem realmente alguma coisa. Pode-se começar pela lista de empresas cotadas no PSI-20.

Eu vou até mais longe: esta aposta no sector de bens não transaccionáveis por parte das grandes empresas portuguesas reflectiu-se não apenas numa não criação de riqueza, mas também, em conjugação com outros factores, numa quebra de receitas do Estado.

E tive a oportunidade de transmitir esta ideia há já algum tempo atrás num texto para o blogue Socialismo – Cultura:

Ora, o que tem acontecido do lado da receita nos últimos anos é uma redução de impostos para alguns. E este não é um fenómeno apenas nacional. Segundo os relatórios da KPMG, a taxa média de imposto sobre as empresas tem vindo a descer nos últimos anos em vários países; em Portugal baixou dos 39.6% em 1997 para os 25% em 2007  (um terço do seu valor!).

Embora esta redução até possa ter sido feita com a melhor das intenções – com a ideia de que uma redução nos impostos das empresas se traduziria em melhores resultados, que dariam origem à criação de mais emprego, a mais exportações e a mais riqueza para o país, que se traduziria em nova receita fiscal que compensaria a redução inicial de impostos –, a realidade é que, quando combinada com outros factores que se foram sucedendo no nosso país, a ideia inicial saiu gorada.

O que acontece é que durante o mesmo período, o nosso país viveu a «êxtase» dos fundos estruturais e de coesão, passámos pelo auge da política do betão, assistimos ao crescimento brutal do sector não-transaccionável e as parcerias público-privadas nasceram como cogumelos. As grandes empresas cresceram e concentraram-se em torno do sector não-transaccionável e das parcerias com o Estado. Isto quer dizer que não foi através dessas grandes empresas que as exportações cresceram, a economia não cresceu como esperado e não foi criada riqueza como perspectivado inicialmente; quando muito, gerou-se mais emprego, mas pouco mais que isso. Isto originou, obviamente, uma quebra nas receitas do Estado.

Os empresários mais abastados souberam aproveitar-se bem das condições ideais que os sucessivos governos lhes foram oferecendo, para se concentrarem no sector de bens não transaccionáveis. Beneficiaram da alienação – nalguns casos, em condições bastante vantajosas – de empresas públicas e de activos do Estado, e mesmo da conivência deste – como em diversos casos de parcerias público-privadas das quais saíram grandemente beneficiadas, enquanto todos nós fomos prejudicados.

Mas a mensagem mais importante destas declarações de Cavaco Silva é o aparentemente arrependimento pessoal do actual Presidente da República e antigo Primeiro-Ministro. É a única conclusão que é possível retirar, já que foi ele que, enquanto chefe de Governo, defendeu de forma acérrima um modelo de desenvolvimento para Portugal que passava irremediavelmente por uma terciarização da economia, com uma aposta do sector dos serviços, em prejuízo da produção de bens transaccionáveis.

Como refere Cavaco Silva, “é o momento para reparar os nossos erros”. Fica-lhe bem. Mas talvez seja tarde demais.

 
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Publicado por em 20 de Dezembro de 2011 em economia, governação, política

 

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EFACEC vai exportar carregadores eléctricos para os EUA

Isto é uma muito boa notícia.

Depois da parceria com a Nissan, que permitiu a entrada no Reino Unido, a empresa penetra agora no mercado dos EUA.

Numa altura em que as exportações são praticamente a nossa única salvação, e em que somos já assombrados pela fantasma de uma recessão mundial, é um bom sinal que existam empresas portuguesas que consigam crescer na base da inovação e do valor acrescentado dos seus produtos.

 
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Publicado por em 5 de Setembro de 2011 em economia, energia, tecnologia

 

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Desemprego vs. Níveis de Ensino; Desemprego vs. Áreas de Ensino

Antes de mais importa desmitificar: estudar e tirar um curso superior ainda é uma vantagem para entrar no mercado de trabalho.

Para muitas pessoas pode nem haver qualquer dúvida mas, nos últimos tempos, na sequência do lamento dos Deolinda, a que se seguiu um movimento fundado num sentimento de legitimidade válida mas de critério amblíope e de finalidade enviesada, têm-se ouvido algumas barbaridades sobre a importância de estudar ou não, como forma de garantir um futuro melhor.

Os dados estatísticos são inequívocos. O gráfico seguinte (retirado do estudo “A Procura de Emprego dos Diplomados com Habilitação Superior”, referente a 2010, do GPEARI) mostra a evolução do número de inscritos nos centros de emprego, por meses e níveis de ensino, de Junho de 2005 a Junho de 2010. É bem evidente que a quantidade de inscritos nos centros de emprego diminui à medida que se avança no nível de ensino. Se excluirmos a categoria de desempregados sem qualquer instrução (que apresenta valores baixos porque, felizmente, já há poucas pessoas sem instrução em Portugal), constata-se que o nível de instrução tem uma relação inversamente proporcional aos números do desemprego. Mais, a quantidade de desempregados com formação de nível superior é substancialmente inferior à de qualquer outro nível de ensino. De facto, em Junho de 2010 havia um total de 494 668 indivíduos à procura de um novo emprego em Portugal Continental, dos quais 32 118 possuiam habilitação superior (3% da população com habilitação superior entre os 15-64 anos residente em Portugal e 6,5% do total de desempregados) (GPEARI, 2010). Somando os inscritos à procura do 1º emprego, o número de desempregados com habilitação superior sobe aos 43 324, enquanto o total de inscritos aumenta para 531 348. Isto quer dizer que, no total, somando quem está à procura do primeiro emprego e quem está à procura de novo emprego, apenas 8,15% têm formação superior.

Desempregados inscritos nos centros de emprego por meses e níveis de ensino, Junho de 2005 a Junho de 2010 (GPEARI, 2010)

Além disso, enquanto que de meados de 2008 para cá se nota um crescimento na quantidade de pessoas desempregadas com formação ao nível do ensino básico ou secundário, o número de desempregados com formação superior mantém-se praticamente estável. Tal parece indicar que a posse de um curso superior transmite maior estabilidade ao que ao mercado de trabalho diz respeito.

Além disso, os dados divulgados pelo GPEARI mostram que 71% dos desempregados com formação superior estão inscritos nos centros de emprego há menos de um ano.

Fica assim demonstrado que o nível de formação ainda conta (e muito) para a empregabilidade.

Uma queixa comum é a de que muita gente com cursos superiores (às vezes até mestrados e doutoramentos) é obrigada a trabalhar em áreas que não têm nada a ver com a sua formação. Esta é, quanto a mim, uma queixa válida, motivada por um problema real: a falta de ofertas no mercado de trabalho em certas áreas ou, se preferirmos, a saturação de determinados sectores.

Não estranhamente, há algumas áreas sobre as quais ouvimos mais lamentos e parece-me óbvio que se tratam de casos em que já há muito mais gente habilitada do que vagas para preencher; e o pior é que, nalguns casos, falamos de áreas às quais correspondem os cursos universitários com mais alunos.

O mesmo estudo mencionado anteriormente, indica que, em Junho de 2010, as áreas “Ciências empresariais”[1], “Ciências sociais e do comportamento”[2] e “Engenharia e técnicas afins”[3] concentravam 41% do total de inscritos com habilitação superior (19%, 13% e 9%, respectivamente).

Num olhar mais considerado, tendo em conta o peso da relatividade de cada caso, constata-se que áreas como “Serviços sociais”[4], “Informação e jornalismo”[5], “Ciências sociais e do comportamento” e “Indústrias transformadoras”[6] apresentam os maiores pesos relativos dos inscritos nos centros de emprego, por relação com os diplomados nessa área (9,7%, 9,2%, 7,5%, 7,1%). Por outro lado, áreas como “Serviços de segurança” (1,6%), “Matemática e estatística” (2,0%), “Formação de professores/formadores e ciências da Educação“ (2,3%) e “Saúde“ (2,3%) apresentam melhores valores de empregabilidade para os seus especialistas. Comprova-se, portanto, que existem áreas de estudos mais propensas a originar situações de desemprego que outras.

Acresce a isto que não foi nestas áreas que houve maior variação do n.º total de desempregados. Os gráfico seguinte mostra essa variação, por área, entre Junho de 2009 e Junho de 2010. Como é possível observar, houve, de facto, algum crescimento nas áreas apontadas, mas não foi nelas que o aumento foi maior. Isto quer dizer que as dificuldades em encontrar emprego dos seus licenciados não têm causa recente. Eu até diria que são recorrentes e crónicas.

Variação (%) do nº total de desempregados com habilitação superior por áreas de estudo, Junho de 2009 e Junho (GPEARI, 2010)

Pode-se ainda olhar para os números dos diplomados em estabelecimentos de ensino superior, por áreas de estudo, de 1999-2000 a 2008-2009, e constata-se que os diplomas em áreas como “Ciências empresariais” representaram 15,3% do total de diplomas,  que “Engenharia e técnicas afins” correspondeu a 9,2% e ”Ciências sociais do comportamento” a 8,1%. É claro que esta análise não é de totalmente correcta, já que apenas tem em conta a proporção de licenciados de cada área e esquece a real necessidade de mão-de-obra para cada área. Ainda assim, esta perspectiva grosseira permite vislumbrar que, de facto, existe uma incoerência entre a formação dos alunos e as perspectivas de emprego destes – continuamos a formar muita gente para áreas aparentemente já saturadas.

O que é que isto quer dizer? Por um lado, indica que existirá uma real responsabilidade das universidades e do governo por permitirem que o número de desempregados vá crescendo em determinadas áreas para as quais a procura de emprego excede a oferta e em que continua a haver uma larga oferta de vagas nos cursos superiores. Por outro (e mais importante), quer dizer que talvez seja injusto e inadequado que o governo seja o único visado pelas críticas. Muitas das pessoas que estão hoje desempregadas, formaram-se em áreas saturadas, quando já se sabia que estavam saturadas! Em primeira instância, cabe a cada um de nós a responsabilidade de escolher o nosso futuro! A opção por um curso superior não pode ser tomada de forma leviana. Tem de ser uma decisão reflectida, tendo em conta as nossas próprias características e preferências, mas também as perspectivas de emprego e de carreira que o curso possibilita. De outra forma, pode-se cair na desgraça do desemprego; e pode-se também cair no ridículo de nos vermos a culpar os outros pelas opções que tomámos.

Resumindo: continua a ser importante estudar (e, nomeadamente, obter uma habilitação superior), desde que nas áreas certas.

Uma vez optando pela área “errada”, o caminho para o sucesso terá de passar pela procura da excelência e pela preocupação de nos destacarmos dos demais, como forma de conseguirmos atingir o “lugar ao Sol”. Mas isso já é outra história, sobre a qual me poderei debruçar numa oportunidade futura.


[1] Nesta área incluem-se, por exemplo, os cursos de Administração Pública; Assessoria de Administração; Auditoria; Contabilidade; Finanças; Gestão; Gestão Financeira; Gestão de Recursos Humanos; Marketing; Relações Públicas; Línguas e Secretariado.

[2] Nesta área incluem-se, por exemplo, os cursos de Antropologia; Ciência Política; Economia; Estudos Europeus; Geografia e Planeamento; Psicologia; Relações Internacionais; Sociologia.

[3] Biotecnologia; Engenharia Biotecnológica; Engenharia Electromecânica; Engenharia Electrónica; Engenharia Electrotécnica; Engenharia Industrial; Engenharia Informática; Engenharia Mecânica; Engenharia Química.

[4] Ciências do Desporto; Educação Física; Gestão Hoteleira; Turismo.

[5] Nesta área incluem-se, por exemplo, os cursos de Ciências da Comunicação; Ciências da Informação; Comunicação Social; Jornalismo.

[6] Cursos de Engenharia Alimentar; Engenharia Cerâmica; Engenharia de Materiais; Engenharia de Minas; Engenharia Têxtil.


Referências Bibliográficas:

GPEARI (2010), A Procura de Emprego dos Diplomados com Habilitação Superior – Relatório VII, Junho 2010

 
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Publicado por em 21 de Março de 2011 em economia, educação

 

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Portugal no cerne de uma revolução energética e económica

O sector energético assume, desde há muito tempo, um grande peso na economia das diversas nações e, consequentemente, na economia do mundo. A sua relevância irá, com certeza, manter-se nos próximos anos,  embora, como todos sabemos, este sector viva um momento de revolução. Estudam-se alternativas energéticas, investigam-se outras fontes de energia, investe-se na produção de energia por meios não convencionais. Esta revolução irá mudar muitos aspectos das nossas vidas. Além disso, constitui uma fonte de oportunidades para quem seja inovador, ousado e tenha uma visão de futuro. Isto é verdade para pessoas, para empresas, para nações.

aqui dei conta do facto de o nosso país ser “citado como um caso de sucesso na exploração de energias renováveis” e referi que temos condições para sermos líderes nesta área. Felizmente, parece que há mais motivos para sorrir. Há poucos dias atrás fiquei agradavelmente surpreendido quando li uma notícia no site do Expresso intitulada “Portugal à beira de ficar rico“, que revelava que Portugal já era o 5º maior produtor mundial de lítio, o metal usado no fabrico de baterias de telemóveis, portáteis e… dos motores para os carros eléctricos. É aqui que reside todo o potencial económico destas reservas. Segundo este artigo, um estudo divulgado pela empresa MarketResearch.com indica que a procura deste metal para a produção de baterias de lítio para a indústria automóvel deverá quadruplicar nos próximos 10 anos (em 2010 o mercado mundial de lítio representou 8 mil milhões de euros e em 2020 deverá alcançar os 31,5 mil milhões). O lado negativo menos positivo é que, ao que parece, neste momento, em Portugal apenas se produz concentrado de lítio, que é depois vendido para o estrangeiro e transformado de forma a poder ser usado nas baterias. No entanto, o Expresso avançava também que já houve contactos de multinacionais da indústria de baterias, interessadas em estabelecer parcerias que permitam a transformação do metal em Portugal. Na minha opinião pessoal, provavelmente existirão (ou poderão ser criadas) empresas portuguesas com capacidade para assumir essa etapa do ciclo de produção. Seja como for, é inegável que se trata de uma excelente oportunidade para o nosso país.

Ainda no sector automóvel, soube-se em Dezembro passado que a EFACEC já exporta carregadores rápidos para veículos eléctricos. A empresa recebeu encomendas da construtora nipónica Nissan para equipar o seu Centro Técnico no Reino Unido e para utilizar em acções de promoção do Nissan Leaf na Europa. Numa altura em que as exportações são vistas como o único factor que pode salvar a economia nacional de uma recessão, esta é uma boa notícia.

Hoje fui novamente surpreendido com outro artigo no site do Expresso que dá conta da construção da primeira eólica flutuante por um consórcio liderado pela EDP. A ideia será colocá-la já este ano (em Agosto ou Setembro) ao largo da Póvoa de Varzim e aí ficar durante um ano em experiência. Para 2012 espera-se a criação do primeiro parque eólico offshore de águas profundas do mundo. Esta será uma forma de aproveitar o nosso espaço marítimo para a produção de energia proveniente de uma origem abundante e que já vem sendo bem aproveitada em espaço terrestre. É de louvar o carácter inovador e pioneiro do projecto.

Fixei a frase “Portugal marca o ritmo das energias renováveis à escala mundial“, contida no vídeo que acompanha o artigo. Pode parecer denotar alguma presunção e optimismo desmedido, mas a realidade é que Portugal, de facto, tem contribuído activamente para esta revolução energética e está bem posicionado para tirar proveito das oportunidades que dela advêm. Assim tenhamos astúcia e destreza suficientes para as aproveitar.

 

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O Papel da Tecnologia no Ensino

Esta era a visão que um dos grandes pensadores do século passado tinha para o futuro da educação: a tecnologia assumindo um papel fulcral no ensino, o acesso de cada aluno a um computador, um novo paradigma de ensino individualizado e à medida de cada um, resultando em alunos motivados para aprender.

Talvez hoje já não estejamos assim tão longe do que era a visão de Asimov. Nos dias que correm, não só as bibliotecas estão ligadas à internet, mas também outras fontes de dados oficiais; a comunicação entre pessoas está tremendamente facilitada; uma boa fatia das crianças nos países mais ricos tem acesso a um computador; ideias como o Magalhães podem levar os computadores e a internet aos mais pobres; os telemóveis são computadores em miniatura; o cloud computing veio revolucionar a forma como se guarda, se cria e se acede a informação. Os avanços tecnológicos que se deram de 1988 até hoje foram tremendos.

O debate sobre a utilização da tecnologia na educação ainda existe nos meios académicos, mas ela já é aplicada no quotidiano das escolas e dos alunos. Ainda haverá muito para melhorar e algumas (pequenas) revoluções a fazer, mas é um caminho que já começou a ser percorrido e esta é outra área onde Portugal está na linha da frente – algo de que nos devemos orgulhar.

 
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Publicado por em 16 de Janeiro de 2011 em educação, governação, tecnologia

 

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